Não é de hoje que os animais tem tido grande papel principalmente na alimentação do homem. Mas poucos sabem do sofrimento envolvido por traz desta função pouco nobre dada a nossos amiguinhos, e que esta acaba desencadeando uma série de fatores que acabam prejudicando, indiretamente e sobre vários aspectos, a vida no nosso planeta.
Como todos podem imaginar, carne não nasce em árvore e nem é criada instantaneamente dentro dos mercados. O que está no seu prato hoje estava vivo ontem, ou seja, querendo ou não todos nós somos assassinos, direta ou indiretamente.
Se já não bastasse que algo tenha que ser morto pra nossa alimentação, por incrível que pareça, a morte acaba sendo um alívio pra alguns animais. O frango, por exemplo, já tem o seu primeiro suspiro dentro de uma atmosfera contaminada por gases que fazem suas penas ficarem amarelas, depois passam por um processo de seleção o qual os pintinhos defeituosos são literalmente descartados, ou seja, jogados no lixo como objetos. Logo após esse processo, são transportados empilhados, os que sobrevivem a viagem até a granja têm os bicos raspados para evitar canibalismo proveniente da falta de espaço dentro das granjas. A raspagem do bico faz com que as aves não possam selecionar seus alimentos, então acabam comendo partículas grandes de alimento, o que é bem desconfortável.
Os bovinos, como as aves, também sofrem muito durante a vida. Pra começar, os vitelos são separados se sua mãe, o que causa sofrimento mútuo, e os que não são direcionados para o processo de criação da carne de vitelo, são direcionados para a raspagem dos chifres (feita sem anestésico, o que causa infecções dolorosas) e depois para o transporte. Como bovinos são animais grandes, a superlotação no transporte acaba gerando vários traumas e feridas. E agora voltando novamente para os vitelos que tem um "cuidado" especial. Os pequenos filhotes são alimentados somente com leite e amarrados por uma corda presa ao pescoço tão curta que os impossibilita de andar e de deitar, o que os impede de criar músculos desconfortáveis ao paladar dos glutões.
Se já não bastasse o sofrimento inimaginável e constante destes animais durante a vida, a hora de sua morte não deixa a desejar. As vacas geralmente são içadas por uma das patas e têm suas gargantas cortadas, o que ainda não a mata, a vaca morre de tanto sangrar (seu sangue também é utilizado). Alguns abatedores também içam os animais de ponta-cabeça, cortam-lhe a garganta e o esófago, inspiram o próprio sangue e são jogados no chão para agonizar junto com outros animais com suas entranhas e tubos respiratórios expostos.
O processo de abate muda de acordo com o destino do animal. Os animais destinados a industria de couro não podem ter sua pele danificada, então são abatidos de diversas maneiras. Guaxinins e esquilos, por exemplo, são abatidos pelo método de eletrocução anal (perde a vida e a dignidade). Na China retiram couro dos cachorros ainda vivos, e ainda permanecem vivos após a extração.
Caso você seja um sádico filho da puta que ainda acha que não tem motivos suficientes para parar de consumir carne, existem motivos bem egocêntricos da parte do homem pra você pensar 2 vezes na hora de comer seu próximo bife.
Porcos produzem muitos dejetos, e o lugar mais conveniente pra joga-los é no mar. Toneladas de dejetos são despejados no mar. Esse processo ocasionou o surto de pfiesteria; um microorganismo mil vezes mais potente que o cianureto e é uma ameaça biológica nível 3 (Ebola está no nível 4 e AIDS no 2). Esse microorganismo já matou 1 bilhão de peixes.
Vendo de uma forma bem abrangente, o consumo de carne está ligado ao desmatamento da floresta amazônica e até a escassez de reserva hídrica potável mundial. Levando em conta que a dieta dos animais destinados ao abate é baseada em soja, e que o Brasil é o maior exportador de soja do mundo, esse fato nos leva a pensar: Em que áreas a soja é cultivada no Brasil? Chegamos a áreas desmatadas na Floresta Amazônica somente para este propósito.
O consumo de carne causa um grande impacto ambiental. Os bovinos têm o estômago com quatro cavidades, isso faz com que sejam liberados muitos gases durante a digestão de seu alimento. Uma vaca holandesa, durante sua vida inteira, produz tantos gases danosos a atmosfera quanto um carro 4x4 dando uma volta e meia na Terra, ou seja, o consumo de carne é uma das principais causas do aquecimento global. Outro problema é a quantidade de água usada na criação dos animais. Segundo a UNESCO, para produzir um quilo de carne se utiliza 15 mil litros de água, enquanto para produzir um quilo de cereal se utiliza 1300 litros de água. Tirando o fato de que muitos dos dejetos dos animais são despejados no meio ambiente, o que acaba contaminando e deixando milhares de litros de água impróprios para consumo. Isso nos faz chegar a seguinte conclusão: O consumo de carne também esta ligado a escassez da reserva hídrica potável.
Pois é minha gente, podemos dizer que vivemos praticamente numa "Matrix", pois esses fatos são desconhecidos pela maioria das pessoas. A mídia também ajuda bastante a mascarar esses fatos, já perceberam que em todas embalagens de produtos de origem animal, o animal é retratado com estando feliz? Voltamos a velha história do consumismo (Vide ESTE post).
Contudo, vocês não precisam se sentir tão idiotas por comer carne. Comer carne é mais que um hábito, faz parte da nossa cultura. Vocês não precisam parar de comer carne pra sempre, se todos diminuíssem um pouco o consumo, ficassem sem comer carne um dia apenas na semana, já teria um impacto enorme.
Respeite a comida que comes, isto basta.
Como o final do texto quase aponta, essa é a lei da natureza, é a cadeia alimentar. O que realmente é uma aberração é o fato de um ser humano ter pena de um animal de outra espécie. Assim como a cobra não lamenta a morte do sapo, é natural que o ser humano não sinta remorso pela morte de uns porquinhos e vaquinhas. O aumento do vegetarianismo entra no mesmo quadro do aumento da depressão, da esquizofrenia, do homossexualismo, do consumo de drogas, etc... males do século.